EXTINÇÃO AUTOMÁTICA DE INCÊNDIOS POR ÁGUA

RT-SCIE 173º

A extinção automática é efetuada usando um sistema de tubagem com difusores (sprinklers) , que após a atuação do sensor de temperatura no seu exterior, descarregam a água.

Essa atuação tem a finalidade de circunscrever o foco de incêndio, arrefecer a estrutura construtiva, tentar realizar a extinção, tendo dado, entretanto, o alarme, quer pelo circuito hidráulico do posto de comando, quer à distância, por um circuito elétrico.

As UTs e categorias que são obrigadas a ter um sistema deste tipo são as seguintes:

·      UT II (Estacionamentos) da 3ª e 4ª categoria de risco, com um ou mais pisos abaixo do nível de referência e Parques automáticos, em todos os pisos

·      UT III (Administrativos), UT VI (Espetáculos e Reuniões públicas), UT VII (Hoteleiros e Restauração) e UT VIII (Comerciais e Gares de Transporte), da 3ª e 4ª categoria de risco

·      UT XII (Industriais e Armazéns) da 2ª, 3ª e 4ª categoria de risco

·      Outras localizações específicas


TIPOS DE SISTEMAS DE SPRINKLERS

Sistema Húmido: A tubagem tem sempre água. No caso de quebra da ampola a água sai automaticamente (mais usado)

Sistema Seca: A tubagem tem ar pressurizado. No caso de quebra da ampola a tubagem despressuriza e abre uma membrada que deixa passar a água automaticamente (útil em locais onde a agua pode congelar nos tubos)

Dilúvio: A tubagem está seca e os sprinkers estão abertos. Ao disparo de um alarme a água sai por todos os sprinkers deste circuito. (O sistema de cortina de água é um exemplo de diluvio. Muito usado nas portas automáticas envidraçadas dos centros comerciais ou noutros locais que necessitam de melhorar a resistência ao fogo).

Pré-Ação: A tubagem está seca e os sprinkers têm ampola. Para atuar tem que, simultaneamente, existir um alarme de incêndio para inundar a tubagem, e simultaneamente tem de haver quebra na ampola. (Ideal para os casos em que um falso alarme possa destruir gravemente o recheio do espaço, como por exemplo um museu ou arquivo documental histórico.)

Os Sprinklers costumam, na generalidade, usar ampolas calibradas para 68 ºC (cerca de 30º acima da temperatura máxima do local). Como forma de simplificar o tipo de ampola e a sua temperatura máxima, é usado um código de cores internacional que pode ser visto no quadro seguinte.

Sprinklers – Código de cor da ampola de Temperatura

  Temperatura
Laranja 57º
Vermelho 68º
Amarelo 79º
Verde 93º
Azul 141º
Roxo 182º
Preto 260º

SISTEMA DE ÁGUA NEBULIZADA

Um sistema de extinção de incêndios por água nebulizada é, aparentemente, idêntico a um sistema convencional de sprinklers.

No entanto existem diversas diferenças. A quantidade de água necessária é bastante inferior, a pressão da água é bastante superior (podendo atingir 200 bares) as boquilhas nubulizadoras são preparadas para criar micro-gotas criando assim uma espécie de manto nubloso que provoca um arrefecimento e sufocação do oxigénio.

Desta forma é possível ter um sistema destes com tanques de água com capacidades bem menores, bombas mais pequenas e tubagem com diâmetros bastante mais reduzido.

EXTINÇÃO AUTOMÁTICA POR AGENTE EXTINTOR DIFERENTE DE ÁGUA

RT-SCIE 175º

Nos casos em que a água possa causar danos materiais extremamente elevados (como no caso dos datacenters, obras de arte, etc.) ou noutros locais onde a água posso ser prejudicial ou inútil (óleos de cozinha, metais combustíveis, etc.) deve ser usado um sistema de extinção automática com agente extintor diferente da água.

Os sistemas fixos de extinção automática de incêndios por agentes extintores gasosos ou outros, prejudiciais à saúde quando inalados, devem ser utilizados somente em espaços confinados, de acesso vedado ao público, e a sua difusão deve ser antecedida de um sinal de alarme e de temporização, no máximo de 60s, que permita a evacuação das pessoas, eventualmente presentes.

Devem ainda ser protegidos por sistemas deste tipo, as cozinhas cuja potência total instalada nos aparelhos elétricos de confeção seja superior a 250 kW, ou 70kW nos equipamentos a gás, nas bibliotecas e arquivos onde sejam depositados ou conservados documentos de elevado interesse cultural e nas UTs Industriais e armazéns onde forem armazenados mais de 750L de produtos combustíveis ou que seja manuseada quantidades superiores a 50L.

Existem diversos tipos de agentes de extinção, sendo os mais usuais os seguintes:

  • CO2 – Eficaz, relativamente barato, no entanto poderá ser mortal. Usar apenas em locais que normalmente não são ocupados por pessoas.
  • HFC’s (Hidrofluorocarbonetos): atuam diretamente sobre o foco de incêndio a concentrações relativamente baixas. São armazenados no estado líquido (gás liquefeito) e extinguem o incêndio através do mecanismo de arrefecimento
    • Halon 1301 – Proibido por destruir a camada de ozono.
    • FM-200 (HFC-227ea) Da Duppond. Muito usado mundiamente
  • Cetonas – São armazenados no estado líquido, absorvem a energia calorifica reduzindo a produção de gás inflamável.
    • NOVEC 1230 (FK 5-1-12) Amigo do ambiente. Muito reduzido aquecimento global e 0 na redução da camada de ozono
  • Gases Inertes – exigem concentrações relativamente elevadas e extinguem o incêndio através do mecanismo de abafamento. São armazenados enquanto gases comprimidos
    • INERGEN
    • Argonite (IG 55)

Despacho n.º 8955/2020

Extinção de Incêndio por Agentes Gasosos

Nas instalações fixas de extinção automática por meio de agentes extintores diferentes da água podem ser utilizados sistemas de aplicação local e sistemas de inundação total.

Aplicação Local

Os sistemas de aplicação local tem de ser elementos extintores de funcionamento automático e têm de ficarem orientados para o elemento a proteger, cobrirem toda a extensão do mesmo e devem atuar por rebentamento de ampola, sonda térmica ou fusão de um elemento e revelado através de um sinal óptico e acústico.

Inundação Total

Os mecanismos de disparo de um sistema de inundação total podem ser ativados por meio de detetores de fumo, de fusíveis, termómetros de contacto ou termóstatos. Os mesmos devem atue por confirmação de zonas ou endereços (deteção cruzada) ou de tipos de detetores distintos (deteção combinada), a fim de evitar alarmes falsos.

Para evitar descargas intempestivas em sistemas novos, aceita -se um período máximo de 45 dias após a conclusão de todos os trabalhos no compartimento protegido, antes da ligação física do atuador elétrico/manual do sistema, período durante o qual o sistema deve ser entendido em teste.

Em local adequado e facilmente acessível, próximo da área protegida pela instalação, mas exterior a ela, deve ser colocado, pelo menos, um dispositivo que permita acionar o disparo manual, devidamente sinalizado.

O retardamento da descarga do gás extintor não deve ter uma temporização superior a 60 segundos.

Caso exista algum dispositivo de monitorização de aberturas de portas (contacto magnético, por exemplo) o mesmo não deve ser utilizado como inibidor da ativação da extinção

Manutenção Preventiva

Em termos de manutenção preventiva é obrigatória a verificação semestral do sistema por entidade registada na ANEPC


REDUÇÃO DE OXIGÉNIO

Apesar de não ser um sistema de extinção de incêndios, é um sistema que está sempre ativo e que faz com que ao reduzir os níveis de oxigénio para valores de 15% não seja possível a propagação de um incêndio.

É um sistema bastante eficaz, sem qualquer risco para as pessoas e que ainda ajuda à não oxidação dos items dentro do espaço.